Vamos falar sobre inteligência emocional e a importância dela em nossas vidas e na vida das crianças? Este conceito foi utilizado pelo psicólogo Phd. Daniel Goleman para designar a capacidade de uma pessoa em reconhecer e lidar com seus sentimentos com facilidade e tem sido cada vez mais estudado e difundido.
Por muitos anos vivemos em uma cultura que supervalorizava a inteligência cognitiva. Mas hoje diversas pesquisas têm comprovado que a inteligência emocional é tão ou mais importante do que a cognitiva. Pensando nisso, te convido a refletir sobre como você lida com seus sentimentos e, principalmente, como você ensina seu filho a administrar as emoções dele.
Sentimentos foram feitos para sentir! Parece um pouco óbvio esta afirmação, não é mesmo? Talvez seja ainda mais óbvio quando se trata de sentimentos que julgamos positivos, tais como o amor, a alegria, a paz, etc… Mas quando se trata de sentimentos tidos como negativos, parece que esta afirmação não condiz muito com o que vemos.
Para sentimentos como a tristeza, raiva, medo, ansiedade, dor ou tédio, por exemplo, percebo um movimento em grande parte das pessoas, que buscam se ocupar de forma a não senti-los, como se fossem proibidos. Ficam numa fuga desenfreada, se ocupando com coisas que não precisam, tudo para fugir de um sentimento que está ali e que tem uma razão de ser.
De onde vem esta ansiedade? O que me faz sentir medo? Por que estou estressado? O que tem me entediado?
Estas são perguntas que devemos fazer para que possamos ter uma inteligência emocional desenvolvida, mas o que percebo muitas vezes é os pais dizerem aos seus filhos: “Não fique triste”, “Não pode sentir raiva, não faz bem”, “Não pode ter medo”, “Não chore”, “Engole o choro”, dentre outras…. Quantas vezes já ouvimos ou falamos frases como essas?
Ao dizermos à uma criança, por exemplo, para que ela não sinta medo, estamos lhe tirando a oportunidade de aprender a lidar com as situações que lhe causam essa emoção. Sentimentos foram feitos para sentir! Todos eles são importantes para a construção do nosso Eu.
Tentar evitar sentimentos desagradáveis só vai fazer com que eles fiquem mais fortes e podem acarretar outros problemas. Quando eu disse que cada um deles tinha uma razão de ser, quis dizer que é preciso olhar para cada sentimento, em cada situação, com atenção e buscar o sentido, para compreender o que ele está querendo nos dizer.
Quando tomamos consciência das nossas emoções, aprendemos a lidar com elas e conquistamos a liberdade de senti-las.
Enquanto pais, podemos ajudar as crianças a se relacionarem melhor com cada sentimento. Como estão em fase de desenvolvimento, cada situação gera nelas uma sensação ainda desconhecida e isso pode gerar comportamentos inadequados.
E, para ajudar vocês a ajudarem seus filhos a serem mais inteligentes emocionalmente, listei alguns pontos que, a partir da minha experiência clínica, considero importantes:
- O primeiro passo é ajudar seu filho a tomar consciência e denominar cada sentimento. Você pode começar perguntando a ele o que ele está sentindo naquele momento e juntos, clarificando e denominando as sensações.
- Identificando a sensação, pode ajudar se a criança disser em voz alta aquilo que está sentindo, por exemplo “Eu estou com raiva”.
- Tendo clareza do sentimento, é importante que você mostre ao seu filho que ele é maior do que aquele sentimento, por exemplo, o medo, por maior que seja, ele é só uma parte de nós. Permita que ele SINTA o medo, mas não que ele SEJA o medo.
- Mostre o lado bom de cada sentimento, por exemplo: o medo é bom porque ele nos faz ter mais cautela e nos ajuda a não agir por impulso; a raiva é boa porque nos dá mais energia para resolvermos um problema; o tédio é importante para estimular a criatividade, enfim… encontre o motivo que faz mais sentido para você e mostre ao seu filho que tudo tem um lado bom.
- Por fim, ajude seu filho a encontrar outras formas de expressar aquele sentimento. Muitas vezes a criança tem um comportamento inadequado por não saber como agir diferente, mas você pode ajudá-la a ampliar as possibilidades.
E então, vamos ajudar as crianças a terem mais inteligência emocional?
Seguimos juntos encorajando pais e fortalecendo as famílias!
Com carinho,
Aline Cestaroli
[…] Tem outro texto aqui no blog que dou algumas orientações para os pais promoverem inteligência emocional nos filhos. Clique aqui para ler! […]