Imagine um mundo onde você pode fazer o que deseja, quando quiser. Sem horários fixos para tomar banho. Sem limitações na escolha das refeições. Sem a obrigação de escovar os dentes antes de dormir. Sem a necessidade de arrumar o quarto ou guardar os brinquedos. Sem a obrigatoriedade de ir para a escola. Imagine poder saborear a sobremesa antes mesmo do almoço. Pular no sofá. Jogar bola dentro de casa. Desenhar nas paredes. Ficar acordado até tarde.
Você já imaginou como seria um mundo sem regras?
Quando faço essa pergunta para as crianças no meu consultório, vejo um sorriso se formar em seus rostos enquanto exclamam: “Seria incrível!” e logo acrescentam: “Eu odeio regras!” Através de perguntas, estimulo seu pensamento até que, no final, elas mesmas chegam à conclusão de que as regras são importantes e que o mundo seria ainda mais caótico sem elas.
Normalmente, as crianças não gostam de regras porque percebem que elas só existem para impedi-las de fazer o que gostariam. Talvez seja porque elas não participam das decisões nem colaboram para estabelecer as normas. Elas não se sentem ouvidas e veem as regras como ordens externas que não fazem muito sentido para elas.
No entanto, é um fato que toda casa precisa de regras. Ninguém sobrevive sem elas. Elas podem ser poucas e simples, mas precisam existir. No entanto, criar regras não é suficiente; é preciso segui-las, e essa é a parte mais difícil.
Portanto, aqui estão algumas dicas para ajudar os pais a estabelecer acordos com seus filhos:
- As regras devem ser percebidas como necessárias: Não podemos criar regras aleatórias apenas para exercer autoridade. As regras servem para melhorar a convivência e evitar conflitos, para que todos aprendam a viver em harmonia. Explique para a criança a importância de cumprir regras como “arrumar a cama ao se levantar”, “fazer a lição de casa”, “não gritar”, “não bater”, “tirar o prato da mesa” e “guardar os brinquedos”. Quando a criança entende que essas ações fazem parte de algo maior e são essenciais para o funcionamento da família, ela se sente mais motivada a colaborar.
- Todos devem participar da criação das regras: Isso inclui as crianças, pois está comprovado que, se elas participam da elaboração das normas e suas opiniões são consideradas, mesmo que não concordem com o que foi definido, há uma maior probabilidade de que elas as cumpram. Como as crianças estão em fase de desenvolvimento e ainda não sabem fazer escolhas maduras e razoáveis, os pais podem oferecer opções limitadas. Por exemplo, fazer ou não fazer a lição de casa não é uma escolha, mas os pais podem perguntar à criança se ela prefere fazer a lição assim que chegar da escola ou um pouco mais tarde. Durante a conversa, podem argumentar até chegarem a um consenso.
- As regras devem ser justas: Isso significa que devem ser seguidas por todos, incluindo os pais. “As refeições devem ser feitas à mesa” se aplica tanto às crianças quanto aos pais. Lembre-se de que as crianças aprendem muito mais através do exemplo do que através das palavras. Os comportamentos dos adultos são os melhores indicadores na educação. Ser justo também significa adaptar as regras a cada faixa etária, respeitando a individualidade de cada membro da família. Filhos com idades diferentes têm necessidades diferentes e podem contribuir de maneiras distintas. Leve isso em consideração. Pode haver regras da casa e regras individuais. Por exemplo, uma criança de 2 anos ainda não consegue arrumar a cama sozinha, mas uma de 8 anos já pode.
- As regras devem ser específicas: As crianças pensam de forma concreta e precisam de instruções claras. A regra “ter um bom comportamento” não é específica o suficiente. É importante explicar o que isso significa e especificar claramente o que se espera, como “não bater no irmão ou nos amigos” e “não gritar”, entre outras coisas.
- As regras devem ter uma abordagem positiva: É mais eficaz dizer o que espera que seu filho faça em vez de dizer o que não quer que ele faça. Por exemplo, “guardar os brinquedos na caixa quando terminar de brincar” é melhor do que “não deixar os brinquedos espalhados pela casa”.
Todos os acordos podem ser fixados em um local visível para todos. As regras são importantes para desenvolver um senso de segurança interno na criança, por isso precisam ser claras e cumpridas.
Da mesma forma que estabelecer as regras, vocês podem combinar quais serão as consequências caso elas sejam quebradas. Converse com seu filho e decida antecipadamente qual será a consequência caso ele não cumpra determinada regra. Quando isso acontecer, é importante seguir o combinado.
Claro que toda regra tem exceções, mas é importante que, na maioria das vezes, as regras sejam seguidas. A manutenção delas também é importante. Uma regra que vocês estabeleceram hoje pode não ser efetiva no futuro, e quando isso acontecer, reúnam-se novamente e estabeleçam novos acordos.
Experimente seguir estes passos e depois me conta o que achou!
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Com carinho,
Aline Cestaroli
Fabuloso!!!!
Coerente e assertivo. Possível para pais de crianças e adolescentes.
excelente conteúdo para trabalhar com pais e professores.