MULTA DE TRÂNSITO X EDUCAÇÃO DOS FILHOS

multa de trânsito

Não sei se você já recebeu alguma multa por dirigir em alta velocidade, mas quero te perguntar uma coisa: Depois de levar essa multa você NUNCA MAIS ultrapassou o limite ou o máximo que aconteceu foi você ficar mais atento aos possíveis locais que poderia ter radar ou policial rodoviário? A maioria das pessoas que conheço se enquadram na segunda opção e vou te explicar porque isso acontece. 

Nós fomos educados com base num lócus externo, ou seja, se tínhamos um bom comportamento, éramos recompensados por ele, caso contrário, recebíamos uma punição. A punição só resolve o problema superficialmente, ela não promove uma mudança positiva de dentro pra fora, muito menos uma conscientização sobre os riscos de ultrapassar os limites de velocidade, por exemplo. Quando recebemos uma multa ela “dói” no bolso e por isso ficamos mais espertos com os radares, com medo de acontecer de novo e SÓ. Mas logo que esquecemos disso, voltamos a pisar no acelerador…

Na educação das crianças a lógica é a mesma. Se ao se comportar de uma determinada maneira a criança é punida – seja ficando de castigo ou apanhando – o máximo que vai acontecer é ela ficar com medo de quem a castigou e evitar este comportamento na frente dessa pessoa, mas certamente ela voltará a repetir em outras situações. Isso acontece justamente porque ao punirmos uma criança só lhe mostramos o que ela fez de errado e não lhe ajudamos a se conscientizar do por quê não pode fazer aquilo.

Quando usamos punições ou recompensas para modelar o comportamento da criança, a motivação está externa e não na criança. O adulto se torna responsável por flagrar a criança agindo mal para poder puni-la ou tendo um comportamento adequado para poder recompensá-la. Isso pode até funcionar, mas não ajuda as crianças a desenvolverem habilidades de vida.

Na perspectiva de uma educação encorajadora, o objetivo é ajudar a criança a desenvolver um lócus de controle interno, para que ela faça o que precisa ser feito independente de ser punida ou recompensada por isso e, assim, ela possa desenvolver autocontrole, autodisciplina, autorresponsabilidade e outras competências socioemocionais.   

Mas o que fazer, então?

Acredito que o primeiro passo seja entender o que motivou a criança a agir daquela forma. Lembre-se de que a criança tem uma outra percepção das coisas e das situações, precisamos entender o ponto de vista dela e a partir daí explicar as razões pelas quais ela não pode fazer aquilo.

A verdadeira mudança acontece de dentro pra fora. A punição só age pontualmente e não é duradoura.

Eu verdadeiramente acredito que o trabalho dos pais é o de semear nas crianças bons valores, cultivando bons comportamentos para que elas despertem todo o seu potencial e possam fazer a diferença no mundo.

“Educai as crianças e não será necessário punir os homens”

Pitágoras

Seguimos juntos encorajando pais e fortalecendo as famílias!
Com carinho,
Aline Cestaroli

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