BURNOUT MATERNO: CUIDAR DOS FILHOS TE DEIXA EXAUSTA?

burnout parental

Cuidar das crianças te deixa exausta? Estar com os filhos te deixa tensa? É difícil para você entender o que seus filhos sentem? Sente que fica esgotada depois de passar o dia todo com eles? Não consegue mais demonstrar o quanto os ama? Sente-se como se estivesse cuidando deles no piloto automático? Não consegue mais sentir prazer em estar eles? Não vê a hora de colocá-los na cama para dormir? Sente-se emocionalmente esgotada ou frustrada em seu papel de mãe? 

Pode ser que você se sinta culpada ao responder SIM a alguma dessas perguntas, mas quero te dizer que tudo bem sentir-se assim e assumir que está difícil é o primeiro passo para resolver a situação. Cuidar dos filhos realmente é muito trabalhoso e estudos já mostram que é mais estressante do que trabalhar fora. Você sabia que até existe uma síndrome cada vez mais comum nas famílias, a Síndrome de Burnout Parental?

Burnout é um termo que foi atribuído na década de 70, para se referir a um estado de esgotamento profissional, envolvendo três componentes:  exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal. Trazendo este conceito para a parentalidade, desde a década de 2000, pesquisas estão sendo desenvolvidas e têm comprovado que os pais podem sofrer de estresse excessivo em virtude da função de pais, em decorrência de diversos fatores, tais como: história de vida, idealização da função enquanto mãe ou pai, falta de uma rede de apoio, quantidade de filhos a serem atendidos, crianças jovens, filhos com deficiência, baixa renda familiar ou práticas inadequadas de parentalidade.

A exaustão emocional é caracterizada por um sentimento muito forte de tensão emocional que produz uma sensação de esgotamento, de falta de energia e de recursos emocionais próprios para lidar com as rotinas e representa a dimensão individual da síndrome. 

A despersonalização é o resultado do desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas, por vezes indiferentes e cínicas em torno daquelas pessoas que entram em contato direto (cônjuge, filhos). Num primeiro momento, é um fator de proteção, mas pode representar um risco de desumanização, constituindo a dimensão interpessoal de burnout

A falta de realização pessoal caracteriza-se como uma tendência que afeta as habilidades interpessoais. É como se perdesse o sentido de cuidar da família ou estar todos reunidos. Um sentimento muito comum das mães que estão sofrendo da síndrome de burnout é a sensação de impotência perante os desafios da criação dos filhos.

Estar presente para estas questões são fundamentais, pois além do impacto no desenvolvimento das crianças, tal desgaste afeta a vida familiar como um todo, trazendo muitos conflitos conjugais e aumentando o índice de divórcio.

Uma vez uma mãe me procurou para que eu atendesse sua filhinha de 3 anos que estava apresentando comportamentos inadequados em casa e na escola – não obedecia, batia e mordia os coleguinhas e a irmã de 1 ano e meio. Nos atendimentos a mãe contava o quanto sentia-se esgotada com a rotina familiar e isso fazia com que ela só quisesse trabalhar “Estar no trabalho é um alívio para mim”. Seu marido quase não a ajudava com a casa. Suas duas filhas ficavam período integral na escola e quando chegavam em casa, já no final do dia, não via a hora de colocá-las para dormir. O final de semana era um martírio. Realmente, cuidar de duas crianças pequenas não é nada fácil! Essa mãe estava realmente muito exausta. Precisava de acolhimento e ajuda.

À medida que fomos explorando alguns aspectos de sua história, ela passou a tomar consciência e se fortaleceu para mudar o que era preciso. Descobriu o que a incomodava e percebeu que tinha todos os recursos necessários para melhorar a dinâmica familiar. Resultado: mudou sua atitude com a filha, a criança não teve mais queixas na escola, ficou mais colaborativa e aos poucos esta mãe ficou mais à vontade, voltou a sentir prazer em estar com as crianças e a sair com elas. Diminuiu o seu ritmo de trabalho, pois já não precisava usá-lo como esquiva e alcançou a paz e tranquilidade que havia perdido depois da chegada das filhas.

Vale ressaltar que a síndrome de burnout parental não é exclusiva das mães (embora sejam a grande maioria), estudos mostram que os homens, por estarem cada vez mais envolvidos na vida dos filhos, têm a mesma probabilidade de desenvolverem a síndrome.

Caso você perceba que tem alguns dos sintomas mencionados, procure ajuda profissional. Além disso, priorizar o seu autocuidado é fundamental! Cuidar dos filhos, da casa, da família… conciliar todos os papéis, vida pessoal e profissional, não é nada fácil! Com a correria do dia a dia, é normal se deixar de lado, não conseguir se priorizar e cuidar de si. Toda essa demanda acaba sendo exaustiva e, se não for cuidada, pode levar ao esgotamento físico e emocional. 

Faça uma lista das coisas que gostaria de fazer por si, que te renovam a energia e geram bem-estar. Transforme esses itens em metas e se comprometa consigo mesma. Para dar o seu melhor aos filhos, você precisa dar o melhor a si mesma! 

Seguimos juntos encorajando pais e fortalecendo as famílias!
Com carinho,
Aline Cestaroli

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Maira
Maira
1 ano atrás

Passei por isso em 2021 e não conseguia dar um nome. Mas, foi a partir daí que eu renasci com o sonho de ajudar outras famílias. E hoje sou uma das dentes de leão. Feliz

Claudete Lindemann
Claudete Lindemann
1 ano atrás

Realmente ser mãe, esposa, dono de casa e uma boa profissional no trabalho é algo que deixa muitas mulheres esgotadas. Logo a sugestão de fazer uma lista de coisas que prioriza para seu bem estar e planejar para que possa realizar essas atividades( ir ao cabeleireiro, fazer a unha, caminhada, um passeio com as amigas) e muito importante e bom! Pois devemos deixar de nós sentir culpadas em deixar um pouco nossos filhos( com pais, marido, dindos)para fazer o que gostamos. Assim conseguiremos sentir a alegria de viver e transparecer essa alegria para nossa família!

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